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Novo boletim epidemiológico aponta 37 casos de sarampo em Campinas

Campinas registrou 37 casos confirmados de sarampo desde julho, segundo novo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta sexta-feira, 6 de setembro. No último informe, em 29 de agosto, constavam 27 casos confirmados.

O aumento nesta última semana se deve à confirmação de exames laboratoriais relativos a casos que estavam em investigação anteriormente. Os exames são feitos pelo laboratório do Instituto Adolfo Lutz. Do total de casos, um teve início de sintomas em junho, 33 em julho e 3 em agosto. De acordo com o documento, 17 casos são em menores de um ano; 10 são em crianças entre 1 ano e 4 anos; 2 em crianças entre 5 e 9 anos; 1 entre 15 a 19 anos; 4 em pacientes de 20 a 34 anos; e outros 3 são em adultos na faixa etária entre 35 a 49 anos. Não foram registrados óbitos pela doença no município.

Medidas – Em todos os casos, antes mesmo da confirmação por exames de laboratório, são desencadeadas as medidas preconizadas que incluem o afastamento social dos casos suspeitos durante o período de transmissibilidade e a identificação e bloqueio vacinal das pessoas que tiveram contato com os casos suspeitos. O objetivo de tais medidas é interromper a cadeia de transmissão, evitando assim a ocorrência de casos secundários. Desde julho, foram realizados mais de 100 bloqueios vacinais na cidade, nos quais foram aplicadas 8.505 doses contra o sarampo. Em crianças entre 6 meses a 11 meses e 29 dias foram 4.243 doses desde 8 de agosto e até 5 de setembro. No total, considerando as ações em bloqueio, a intensificação em menores de 1 ano e as vacinas na rotina (54.625), foram aplicadas 67.373 doses contra o sarampo no município este ano.

Vacina em menores de 1 ano – A faixa etária com maior número de registros de casos é a de bebês menores de 1 ano. A incidência alta nesse grupo, que não faz parte do calendário vacinal para a doença, levou Campinas a recomendar, a partir de 8 de agosto, a aplicação de uma dose da tríplice viral em bebês de seis meses a 11 meses e 29 dias, se antecipando à medida recomendada posteriormente pelo Ministério da Saúde. Chamada de dose zero, a vacinação não substitui as doses de rotina: aos doze meses, por meio da vacina tríplice viral, e aos quinze meses, por meio da vacina tetraviral ou pela tríplice viral associada à vacina contra a varicela. A efetividade da vacina é maior para aqueles que tomaram todas as doses recomendadas.

“É fundamental proteger, neste momento, crianças entre seis meses e um ano de vida. Os adultos devem levar as crianças para tomar a vacina, que é segura e está disponível em todos os Centros de Saúde”, afirma a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, Andrea von Zuben.

A estimativa é que em Campinas 3 mil crianças entre seis meses e 11 meses e 29 dias ainda precisem ser vacinadas. Também, segundo Andrea, a vacinação de rotina, aos doze e quinze meses, deve ser mantida independentemente de a criança ter tomado a dose zero.

Recomendações – Pessoas com sintomas suspeitos da doença, devem procurar imediatamente o atendimento médico e manter o afastamento social. Os sinais da doença incluem febre, conjuntivite, tosse, coriza e vermelhidão no corpo. Diante da circulação do vírus não apenas em Campinas mas em vários outros municípios e estados, profissionais de saúde devem ficar atentos quanto a identificação precoce de casos suspeitos, notificação imediata à Vigilância em Saúde e orientação ao paciente quanto à necessidade de afastamento social. A notificação precoce dos casos suspeitos, que é compulsória, permite que as medidas de prevenção e controle apropriadas possam ser adotadas pela Vigilância em Saúde rapidamente.

Situação no país – Após ter sido considerado eliminado no Brasil, o sarampo voltou a registrar casos no país em 2018, inicialmente em Roraima e no Amazonas. Neste momento, São Paulo é o estado com o maior número de casos, com 2.708 notificações confirmadas de um total de 2.753 em todo território nacional. Os dados são relativos ao ano de 2019, mais especificamente aos últimos 90 dias.

O impulso para o retorno da doença foi a entrada de casos importados e a baixa cobertura vacinal no Brasil. A situação fez o Brasil perder o certificado de país livre da doença, o qual havia sido entregue pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) em 2016. Contribuiu também a disseminação de informações falsas sobre a vacina.