Crise hídrica preocupa governo
Baixo volume de água nos reservatórios leva à criação de sala de situação para buscar soluções; a maior crise hidrológica em 91 anos
por Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
foto: divulgação/Sabesp – A cada ano, chove menos nas principais regiões do Brasil e nos últimos dez anos, muitas cidades do país tiveram que fazer o racionamento de água e reduzir o abastecimento à população. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o período de setembro de 2020 a abril de 2021 registrou o menor volume histórico de água nos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do país.
Preocupado com o baixo volume nos reservatórios das hidrelétricas do país, o governo federal montou uma sala de situação sobre condições hidrológicas e gestão energética para tratar do problema.
A expectativa é que um plano de ação seja apresentado nos próximos dias, com medidas para reduzir a vazão de parte dos reservatórios.
O grupo foi criado após alerta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e de outros órgãos ligados ao Ministério de Minas e Energia (MME) sobre a maior crise hidrológica em 91 anos.
De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em abril, o volume desses reservatórios alcançou o menor nível verificado para o mês desde 2015. Além disso, o mês passado também registrou volume de chuvas abaixo da média histórica nas bacias hidrográficas do Sul, Nordeste e Norte do país.
Crise hídrica – fim do período chuvoso
Com o término do período chuvoso no Sudeste e no Centro-Oeste e com os baixos volumes armazenados nos reservatórios, o CMSE ressaltou a necessidade da adoção de “ações mais vigorosas”.
Na semana passada, durante reunião, o comitê ampliou as medidas emergenciais adotadas para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN), entre as quais a geração termelétrica fora da ordem de mérito e a importação de energia da Argentina ou do Uruguai, sem limitação de quantidade e preços, “desde que seja alocável na carga e respeitadas as restrições operativas, e de forma a minimizar o custo operacional total do sistema elétrico.”
Além de representantes do MME, participaram da reunião da sala de situação integrantes da Casa Civil e da Secretaria-Geral da Presidência da República, dos ministérios da Economia, Infraestrutura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional e além de órgãos como a Agência Nacional de Águas, a Agência Nacional de Transportes Aquaviário, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).