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Técnica de enfermagem do Ouro verde vence Covid-19 e deixa a UTI após quatro semanas

fotos: arquivo pessoal – Uma celebração, dentro dos limites impostos pela pandemina do coronavírus, marcou a alta hospitalar da paciente Nicoli Iara Santos Mota, de 24 anos, da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ouro Verde, parte da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência de Campinas, na tarde desta quarta-feira, dia 6 de maio. Além comemorar uma vitória de alguém que superou a Covid-19, após quatro semanas em estado grave e que poderia não ter se salvado, a alta foi especial porque Nicoli é técnica de enfermagem e faz parte da equipe da própria UTI do hospital onde batalhou pela vida.      

Com balões, faixa com a saudação “sinta-se abraçada” e acompanhamento musical com a esperança de dias melhores, parte da equipe do Hospital Ouro Verde aguardou a saída de Nicoli Mota da UTI no meio da tarde desta quarta-feira. Ela entrou na emergência da unidade no dia 7 e abril e já foi encaminhada para a UTI de onde saiu hoje, vitoriosa após um mês de uma luta conta o coronavírus, vencida dia a dia e com muita ajuda.    

 

A coordenadora da UTI do Hospital Ouro Verde, a médica intensivista Michele Battaiola, comemora o momento como uma vitória. “Eu esperava esse momento desde o começo. Mas, em alguns instantes, achei que poderia não chegar”, diz, lembrando como o agravamento do quadro da paciente e colega de equipe preocupou a todos.      

A médica conta que Nicoli já deu entrada no Ouro Verde com um quadro de agravamento da Covid-19. “Foi um caso muito grave. Chegou com insuficiência respiratória severa e necessitou de entubação na UTI no mesmo dia”, explica. “Exigiu acompanhamento e empenho máximo de um grupo multiprofissional”, conta, lembando que além da enfermagem e dos médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e fonoaudiólogos trabalharam pela recuperação da paciente.      

Distanciamento social  

Como parte do grupo de servidores da Saúde, seria de se esperar que Nicoli pudesse contrair o coronavírus no trabalho. Mas, uma das surpresas no caso da técnica de enfermagem, o contágio pode ter sido fora do ambiente hospitalar. “Provavelmente deve ter sido na comunidade”, diz a médica coordenadora da UTI, que conta que ela estava afastada das funções por licença médica desde 17 de março. Ela ressalta a importância do distanciamento social e das medidas de higiene pessoal e coletiva para barrar o vírus.      

Segundo a diretora técnica do Hospital Ouro Verde, a médica Cynthia Herrera, o caso de Nicole Mota emocionou a todos e foi um momento de alegria. “Temos funcionários que trabalham aqui e em outros locais e, pela própria profissão, e por estarem no atendimento direto, acabam estando mais expostos de forma geral, mesmo com uso de equipamentos de proteção e os cuidados preconizados para protegê-los”, explica a diretora técnica do Hospital Ouro Verde. Cynthia Herrera diz que, mesmo assim, nem sempre o local de trabalho é o foco de contaminação, como prova o caso de Nicoli, que atua na equipe do Ouro Verde desde novembro de 2019.

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