Os pets podem ter problemas no coração?
As doenças cardíacas também afetam cães e gatos e o diagnóstico precoce é indispensável para a qualidade de vida dos animais
foto: divulgação – Você sabia que é preciso prestar atenção na saúde do coração dos pets? As doenças cardíacas em cães e gatos agem silenciosamente, por isso, muitas vezes o diagnóstico é feito apenas quando o quadro já está em graus mais avançados.
Isso acontece, pois os sinais clínicos dos animais são bem diferentes e mais sutis dos que os apresentados pelos humanos. “Mudanças comportamentais, perda de peso, cansaço e outras pequenas alterações podem não ser percebidas pelo tutor em um primeiro momento, por isso, reforçamos a importância das visitas periódicas ao médico veterinário. Desta maneira é possível identificar as alterações cardíacas logo nos primeiros estágios”, explica Tais Motta Fernandes, médica veterinária gerente da linha de produtos terapêuticos da Avert Saúde Animal.
No caso dos cães, uma série de patologias podem afetar o órgão. No caso dos animais de pequeno porte a mais comum é a doença valvar degenerativa. A doença provoca uma falha nessas estruturas, que são responsáveis por fazer com que o sangue circule dentro do coração do pet no sentido correto, dos átrios para os ventrículos e dos ventrículos para as grandes artérias. A manifestação é mais comum em animais idosos.
Já os pets de grande porte apresentam com mais frequência a cardiomiopatia dilatada. A enfermidade afeta o músculo cardíaco que fica mais fino e enfraquecido, com isso o processo de contração do coração é prejudicado. Neste caso, os chamados jovens adultos são os mais afetados.
Mas, é possível identificar sinais de que algo não vai bem com a saúde cardíaca do pet? De acordo com Tais, alguns sintomas clássicos podem servir de alerta aos tutores. São eles:
Tosse seca: O animal apresenta tosse seca frequente, similar a um engasgo, pode parecer até que ele irá expelir algo, mas nada sai pela boca.
Dificuldade respiratória: Animal apresenta maior frequência com movimentação curta e alta do aparelho toráxico.
Cansaço fácil: Atividades prazerosas e rotineiras como passeios e brincadeiras pela casa ficam mais escassas, com o cão buscando evitar realizá-las.
Língua roxa: O animal apresenta mudança na coloração da língua que pode ser roxa ou azulada. Falhas na oxigenação sanguínea são responsáveis pela alteração.
Desmaio: A chamada síncope envolve a perda de consciência do animal, o pet tem um desmaio rápido e retoma a consciência em seguida. A manifestação acontece em estágios mais avançados de doenças cardíacas por conta da perda de oxigenação.
“O cenário ideal é a identificação da doença cardíaca no estágio onde o pet ainda está assintomático, ou seja, não apresenta nenhuma alteração física ou comportamental. A prevenção é fundamental neste caso, com a realização de exames periódicos é possível o diagnóstico precoce que irá proporcionar o melhor tratamento e, consequentemente mais qualidade de vida para o cão”, afirma Tais.
E os gatos?
O coração dos felinos precisa de atenção redobrada! Os gatos não costumam manifestar sintomas das doenças cardíacas, sendo, na maioria dos casos assintomáticos.
A cardiomiopatia hipertrófica é a doença mais comum, com cerca de 15% dos gatos sendo afetados. Ao comparar com a porcentagem de humanos acometidos pela doença, 0,2% é possível avaliar como a prevalência entre os felinos é elevada.
A enfermidade afeta o ventrículo do coração, que é responsável por bombear sangue oxigenado para o corpo do pet. A doença causa o chamado débito cardíaco, reduzindo o volume de sangue e comprometendo a circulação. Como consequência, para compensar a falha, o coração do gato trabalha mais forte e mais rápido.
A interpretação dos sinais de alerta nos felinos é mais difícil, pois as manifestações costumam ser mais sutis. Entre os sintomas estão:
Alteração comportamental: O animal deixa de realizar ou apresenta dificuldade em fazer alguma atividade da sua rotina, como escalar, pular ou até mesmo brincar.
Mudança no padrão respiratório: Mesmo em repouso o pet apresenta uma frequência respiratória aumentada, com movimentação toráxica mais rápida e frequente. Outro sinal é o tutor perceber que o animal começa a respirar de boca aberta.
Dificuldade ao andar: O gato começa a arrastar as patas traseiras. A manifestação começa de forma aguda e evolui rapidamente. Essa alteração está associada a trombo, que é muito relacionada a manifestação cardíaca nos felinos.
“A maioria dos gatos com problemas no coração não apresenta nenhum sintoma. Por isso é tão importante o acompanhamento do médico veterinário. Ele poderá identificar por meio de exames ou até mesmo durante a ausculta cardíaca percebendo um sopro, ou alguma alteração. A precocidade do diagnóstico salva vidas”, finaliza Tais.
Fonte: Avert Saúde Animal