Casa da Criança Paralítica completa 69 anos em Campinas

Para marcar as celebrações, a Casa realiza no dia 29 de janeiro (domingo), às 8 horas, na Lagoa do Taquaral, a corrida de rua “Corre CCP 2023 – Inclusão e Saúde”

Foto – reprodução Google Maps – Fundada em 17 de janeiro 1954, a Casa da Criança Paralítica (CCP) completa nesta terça-feira 69 anos de atividades em Campinas/SP, oferecendo atendimento especializado gratuito a crianças, adolescentes e jovens com deficiência física. O atendimento é multidisciplinar, oferecendo um cuidado integral com a saúde e bem-estar nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontologia, psicologia, nutrição, serviço social e pedagogia, além de orientação psicológica e jurídica à família. Também são realizadas pela Casa adaptações e manutenções de cadeiras de rodas para usuários deste equipamento de qualquer idade.

Em sua sede, são atendidos mais de 360 pacientes por mês, a maioria de baixa renda. Ao longo desses 69 anos de atividades, cerca de 18 mil pessoas já passaram pela instituição. “Em quase sete décadas de atividades, a CCP é referência para milhares de crianças e respectivas famílias, que passaram a vivenciar a necessária atenção profissional para inclusão social. Pacientes que tiveram a vida transformada porque não ficaram relegados ao desamparo vivenciado por tantas pessoas com deficiência no Brasil”, observa Valdir José de Oliveira Filho, diretor financeiro da organização.

Não à toa, no final do ano passado, a instituição foi escolhida como uma das 100 organizações não governamentais do País para receber o Prêmio Melhores ONGs 2022, realizado pelo Instituto Doar em parceria com O Mundo Que Queremos e apoio da Ambev. Também é certificada como Organização com Boas Práticas em Transparência e Gestão pela Phomenta, que integra o Comitê Internacional de Monitoramento de ONGs.

Além do trabalho de telemarketing, captação da Nota Fiscal Paulista e da destinação do Imposto de Renda, está à frente de outras instituições por seus negócios sociais e projetos de arrecadação, como o Sebo do Sonho, que desde 2022 oferece um vasto catálogo de livros a preços competitivos. E o Bazar do Sonho, que representa cerca de 25% do valor administrado pela Casa. No local, são vendidos diversos produtos como roupas, calçados, móveis e eletroeletrônicos doados pela comunidade, que passam por uma triagem rígida para oferecer o melhor a cada cliente que passa pelo local.

Nele, também é possível adquirir itens da recém-lançada coleção de produtos Rodas sobre Tela, composta por almofada, caderno e calendário, com estampas exclusivas e inclusivas, criadas pelas crianças com as rodas das suas cadeiras cobertas de tinta. Coordenada pelo artista plástico Tiago Ots e a Agência SALA, a ação visa gerar receita para atender ainda mais pessoas.

Celebrações

Para marcar as celebrações de aniversário, a Casa realiza no próximo dia 29 de janeiro (domingo), às 8 horas, na Lagoa do Taquaral, a corrida de rua “Corre CCP 2023 – Inclusão e Saúde”. O evento esportivo terá percursos de 5 km e 10 km, além da caminhada de 5 km para homens e mulheres maiores de 16 anos e crianças acompanhadas por um responsável. As inscrições ocorrem pelo link https://minhasinscricoes.com.br/evento/CorreCCP2022 . Os participantes receberão um kit com camiseta e sacola dos apoiadores (Unimed e Decathlon) e chip. O valor é de R$ 99,90. Toda receita arrecadada será revertida para manutenção das atividades da instituição.

História – Casa da Criança Paralítica

O dia 17 de janeiro de 1954 marcou a fundação da Sociedade Campineira de Recuperação da Criança Paralítica, idealizada pelo médico Ernani Fonseca e um grupo de campineiros interessados em montar uma clínica especializada no tratamento de vítimas da paralisia infantil (poliomielite), doença que havia atingido, com graves complicações, mais de 500 mil crianças em todo o Brasil.

O serviço funcionava em um pequeno imóvel localizado na Rua Luzitana, no Centro de Campinas. Sete anos depois, em 1961, a vacina que erradicou a poliomielite começou a ser usada em campanhas públicas e, a partir daí, a gotinha milagrosa erradicou a doença sem deixar novas vítimas. Com isso, a clínica passou a atender crianças com limitações físicas diversas, seja por causas genéticas ou por acidentes.

Hoje, a Casa da Criança Paralítica – atual nome da instituição, agora localizada à Rua Pedro Domingos Vitalli, 160, no Parque Itália – conta com um quadro de 63 colaboradores e 40 voluntários, que se dedicam em prol da causa da pessoa com deficiência, tendo sempre como metas principais a inovação e a competência.

Entre os projetos atuais destacados pelo diretor, estão o projeto Reabilitação, Estimulação, Desenvolvimento e Inclusão (REDI), que tem por objetivo oferecer atendimento multidisciplinar e orientação em domicílio às pessoas com deficiência física da região sudoeste de Campinas. “Esse é um projeto muito interessante porque profissionais das áreas de fisioterapia, terapia ocupacional e serviço social vão até as áreas carentes dessa região, descobrem as crianças e jovens não atendidas pela estrutura do município e realizam ações para sua inclusão. Outro projeto iniciado em 2022 que nos traz muito orgulho é o Conexões, que desenvolve ‘planos de vida’ para jovens e adolescentes de 15 a 29 anos atendidos pela instituição para que possam ingressar no mercado de trabalho com qualificação profissional, por meio do aprendizado da tecnologia. Também podemos destacar o serviço de Pilates adaptado para as pessoas com deficiência, que está com uma alta demanda, com todos os horários disponíveis já ocupados.”

Futuro da Casa da Criança Paralítica

Para o futuro próximo, a CCP desenha vários projetos, como a segunda unidade do Bazar do Sonho, a ser instalada ainda este ano na Praça Casa da Criança Paralítica, localizada à Avenida Baden Powell, no bairro Jardim Nova Europa, em Campinas. “Em 2008, a Câmara Municipal de Campinas aprovou uma lei, promulgada pelo então prefeito Hélio de Oliveira Santos, que homenageou a nossa instituição dando seu nome à uma praça da cidade. É um amplo espaço, de 900 metros quadrados, que traz visibilidade à nossa causa. No local, já funcionou um trailer de lanches, mantido pela nossa instituição, e, a partir de 2018, um contêiner com uma lanchonete que nos pagava um aluguel pelo uso do espaço. A nossa intenção com o segundo bazar é, além de arrecadar recursos para a CCP, trazer ainda mais visibilidade à instituição, que se mantém graças ao apoio da nossa sociedade.”

Outro projeto previsto é a ampliação da Oficina Locomover dentro das próprias instalações da Casa, para manufaturar órteses e próteses. A Oficina Locomover, que, em setembro último completou quatro anos de atividades, já beneficiou centenas de pessoas com deficiência física que moram na região. Somente em 2022, a oficina realizou 500 atendimentos, com 757 manutenções de equipamentos auxiliares à locomoção e adaptações de cadeiras de rodas. Ao longo de 2021, foram 248 manutenções, 52 adaptações e 117 atendidos.

Qualquer pessoa com deficiência que tenha um equipamento auxiliar à locomoção pode procurar os serviços da Oficina Locomover, que consistem na manutenção preventiva (limpeza, lubrificação, aperto de parafusos, regulagem de freios etc.) e nos reparos (troca de peças e confecção de assento, encosto e almofadas). Os moradores da cidade devem ligar para o Disque Saúde (160) para fazer o cadastro na oficina e ter acesso ao serviço, totalmente gratuito.

Mais informações da CCP pelo site www.ccp.org.br