7 Mitos e Verdades sobre a Disfunção Cognitiva nos Pets
O envelhecimento cerebral também acomete os animais de estimação e vem sendo cada vez mais relatado por médicos-veterinários
Fotos: Divulgação / Freepick – Pessoas que convivem com animais por mais de 10 anos conseguem perceber como o comportamento deles pode mudar com o passar dos anos. É comum que pets mais idosos passem a ter menos interesse em novidades e sejam menos ativos do que quando eram jovens, estas mudanças são esperadas, mas aqueles indivíduos que passam a ter alteração acentuada de comportamento podem estar sofrendo um declínio nas habilidades cognitivas.
A Disfunção Cognitiva é um reflexo do envelhecimento cerebral, sendo uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva que pode acometer animais idosos, capaz de promover alterações no sistema nervoso e acarretar sinais clínicos comportamentais. A doença vem sendo cada vez mais relatada, principalmente pelo fato de os pets viverem cada vez mais e mais próximos dos seus tutores.
“A Disfunção Cognitiva pode ocorrer em cães e gatos mais idosos, mas não é de caráter obrigatório. Isso quer dizer que alguns animais podem envelhecer sem apresentar nenhum grau de disfunção, com uma disfunção leve ou com uma disfunção grave”, explica Pamela Meneghesso, médica-veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal. “Em comparação com o seu humano, a Disfunção Cognitiva dos pets pode ser considerada algo semelhante ao Alzheimer”.
A doença é caracterizada por diversas alterações comportamentais nos animais mais velhos que refletem a perda da capacidade de aprendizado, atenção, memória e noção espacial. A mudança de padrão de sono, comportamentos de ansiedade, andar compulsivo em determinados momentos do dia e a diminuição do grau de interação com tutores e outros animais são uns dos sinais da disfunção cognitiva nos pets.
Para esclarecer um pouco mais sobre o assunto, Pamela trouxe alguns mitos e verdades sobre pets idosos e a disfunção cognitiva:
O excesso de latido ou miado e agressividade são sinais de dor.
DEPENDE! Um animal com dor pode sim ficar mais agressivo, e também latir/uivar ou miar em excesso, mas essa não é a única causa! Mudanças de comportamento, como a agressividade repentina, é um dos sinais clássicos da disfunção cognitiva, assim como a vocalização em excesso. Nestes casos, procurar um veterinário para garantir que a saúde física do pet esteja bem é importante.
“Quando o pet fica idoso, ele fica ‘pirracento’ e faz as necessidades fora do lugar”
MITO! Os pets tendem a ser adeptos das rotinas e de seu espaço particular, especialmente os felinos. Escapes de xixi ou cocô podem acontecer, principalmente se o animal está com alguma lesão, doença renal, diarreia, ou problema que dificulte a sua locomoção até a área adequada para fazer suas necessidades, mas se o problema ocorre com uma frequência considerável, podem ser sinal de disfunção cognitiva e deve ser averiguado.
Estímulos físicos e mentais ajudam na prevenção da disfunção cognitiva.
VERDADE! Brinquedos e comedores interativos são excelentes para exercitar o cérebro, mas não é necessário gestar muito com isso. Investir em passeios mais longos com os pets, onde haja gasto de energia e muita variedade de coisas e espaços para explorar ajuda no desenvolvimento e na proteção das funções cognitivas do animal. No caso dos felinos, que não saem de casa, é essencial ter uma rotina de brincadeiras e muito espaço para explorar e se exercitar diariamente – caixas de papelão e sacolas de papel fazem sucesso com a espécie. Estes momentos também são importantes para estreitar os laços entre pet e tutores!
Se o pet não consegue se localizar na casa, é porque está ficando cego.
MITO! Existem muitos fatores que podem interferir no senso de localização do pet, a perda da visão é um deles, mas o pet com baixa visão costuma se adaptar rápido ao ambiente (quando mantido da forma) e não fica encarando paredes ou batendo em móveis que sempre estiveram naquele local. A disfunção cognitiva também pode estar relacionada à essa dificuldade de localização. Além disso, mudança de móveis e reforma de casa pode exigir um maior tempo de adaptação do pet idoso. Qualquer suspeita deve ser melhor investigada.
Nutrição adequada pode ajudar a combater a disfunção cognitiva.
VERDADE! Uma dieta rica em nutrientes que tenham ações antioxidantes e neuroprotetoras são essenciais durante toda a vida do pet, mas tem uma importância ainda maior para os pets idosos. Nutrientes como Ômega-3, vitaminas C, E e do complexo B são responsáveis por proteger, restaurar e fortalecer a síntese de importantes neurotransmissores, e podem ser ofertados por meio de suplementos. O acréscimo de frutas e vegetais ricos em flavonoides (maçã, morango, brócolis), carotenoides (mamão, cenoura, batata-doce) e outros antioxidantes na dieta dos pets, orientado por um médico-veterinário, auxiliam na proteção cerebral e na redução dos sintomas da disfunção cognitiva.
Pet velho brinca menos!
DEPENDE! De fato, assim como acontece com os seres humanos, os pets idosos tendem a se cansar mais rápido de brincadeiras e atividades físicas, mas isso não quer dizer que eles não gostem de brincar ou tenham perdido o interesse em qualquer atividade e sim que agora eles têm o tempo deles. Animais que têm uma vida mais ativa na juventude tendem a manter estes hábitos (com moderação) quando idosos. Porém, se o pet aparentemente se esqueceu de como brincar com aquilo ou como fazer alguns truques que ele fazia antes, este pode ser um sinal de alerta para disfunção cognitiva.
Não existe cura para a disfunção cognitiva nos pet.
VERDADE! A Disfunção Cognitiva nos pets é uma doença degenerativa e progressiva, por isso não tem cura, mas o tratamento adequado por meio de medicamentos, dieta e atividades que estimulem o pet física e mentalmente, são pontos importantes que podem auxiliar na desaceleração do progresso da doença e trazer mais qualidade de vida para o pet e para os tutores!
“Envelhecer é um processo natural da vida, e este processo deve ser tratado com todo carinho e respeito. A Disfunção Cognitiva é apenas um dos motivos pelos quais os pets acima de 7 anos devem ter acompanhamento periódico mais rigoroso e frequente com o médico-veterinário, mas outras doenças relacionadas ao avanço da idade podem aparecer e, quanto mais cedo diagnosticadas, melhores os resultados adquiridos com o tratamento, permitindo que eles tenham uma vida mais longa, feliz e saudável”, finaliza.
fonte: Avert Saúde Animal
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