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Maio Amarelo: associação alerta para riscos do celular ao volante

Toque pela Vida é tema de campanha da Abramet; Uso do celular ao volante é uma das principais causas de acidente nas vias do país

da Agência Brasil

foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil – Pelo menos 250 mil motoristas foram flagrados usando o celular no trânsito em 2021, mostra levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), com dados do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf). O risco dessa prática ao dirigir é o alerta da entidade com a campanha “Toque pela Vida”, no Maio Amarelo, mês dedicado à conscientização para uma mobilidade saudável e segura.

Entre os estados brasileiros que se destacaram negativamente no ano passado, por terem mais registros desse tipo, São Paulo lidera com mais de 37%, com 91.362 ocorrências. Em seguida estão Minas Gerais e Goiás, com 30.843 e 16.971 infrações, respectivamente. A análise revela que, a cada hora, 28 condutores negligenciaram a atenção ao volante pelo uso do celular, reforçando uma das principais causas de sinistros no Brasil.

“A gente sabe que o telefone celular, durante a condução veicular, aumenta, de forma exponencial, a probabilidade de sofrer acidentes com lesões graves e até óbito”, alerta Antonio Meira Júnior, presidente da Abramet. A entidade destaca estudo que analisou mais de 30 mil sinistros com mortes e mostrou que as falhas de atenção ao conduzir, pelo uso do telefone celular, foram responsáveis por 14% deles.

“Dirigir utilizando o celular quadruplica a probabilidade de sofrer um sinistro de trânsito e, se você estiver enviando uma mensagem, pode aumentar em até 23 vezes o risco. E esse acidente ocasionado pelo celular é típico caso que não foi acidente. É sinistro de trânsito, porque é passível de prevenção, poderia ter sido evitado”, diz Meira Júnior. 

Maio Amarelo – uso do celular ao volante

O presidente da Abramet cita três tipos de distrações provocadas pelo uso do celular ao volante, que explicam a gravidade da infração. “A distração manual, quando você pega o celular, fica segurando, mandando mensagem; a distração visual – você desvia a atenção para o celular quando deveria estar olhando ao redor do carro; e a distração cognitiva – quando o conteúdo da conversa ou da informação pode ocasionar uma alteração emocional e você ser responsável por causar uma tragédia”, acrescenta.

A associação lembra que não há orientação sobre uso seguro do celular ao volante. A prevenção é não usar o aparelho. “A maioria dos smartphones tem hoje tecnologia chamada de modo drive. Você coloca no modo em que se uma pessoa ligar, o aparelho envia uma mensagem automaticamente informando que você está conduzindo o veículo e que, no momento oportuno, vai responder”.

O uso de celular na direção é uma infração gravíssima, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Quem for flagrado, pode pagar multa de R$ 243,47, além de ganhar sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação.

A campanha Toque pela Vida terá duração de um ano, destacando os riscos do uso do aparelho, mas também outros fatores que contribuem para os sinistros nas ruas, como consumo de álcool e drogas, excesso de velocidade, cinto de segurança, capacete, sono, condições do veículo, entre outros.

Maio Amarelo em Campinas
JBD Morte Zero: campanha da prefeitura visa reduzir os acidentes na John Boyd Dunlop, a via mais fatal de Campinas

Campinas lançou oficialmente o Movimento Maio Amarelo 2022, nesta segunda-feira, 9 de maio. Como forma de alertar para os índices de mortos e feridos no trânsito, a cerimônia também apresentou o boletim de vítimas fatais de acidentes de trânsito registrados em 2021 no município. Em 2021, 151 pessoas perderam a vida em 144 acidentes fatais nas vias urbanas e rodovias no perímetro urbano. Esse número representa um óbito a cada 2,4 dias.  

Em 2021, 151 pessoas morreram em 144 acidentes fatais em Campinas, sendo 78 (52%) em vias urbanas e 73 (48%) em rodovias no perímetro urbano. O número total de óbitos é 15% menor em relação ao ano de 2012 (177) e 16% maior em relação a 2020 (130).  

Dos 151 óbitos, 69 eram ocupantes de motocicletas, 41 eram pedestres, 30 eram ocupantes dos demais veículos e 11 eram ciclistas. Oitenta das 151 vítimas fatais se enquadravam na faixa etária de 30 a 59 anos. Os homens representaram 88,1% dos óbitos e as mulheres 11,9%. A análise mostrou ainda que 44% dos acidentes de trânsito registrados em 2021 foram causados por excesso de velocidade e pela combinação entre álcool e direção.   

Os acidentes fatais envolvendo motociclistas aumentaram 44% em relação a 2020. Foram 48 óbitos em 2020 e 69 em 2021 – sendo 41 mortes em vias urbanas e 28 mortes em rodovias. Dos 69 óbitos, 61 eram condutores de motocicletas (88%) e oito eram passageiros (11%). Cerca de 49% dos motociclistas mortos tinham idade entre 18 e 29 anos; e 90% das vítimas eram homens (62) e 10% eram mulheres (7). 

O presidente da Emdec lembrou as ações realizadas recentemente para preservar vidas no trânsito. “Lançamos as campanhas educativas ‘3Rs’ e ‘JBD Morte Zero’, que se somaram às ações permanentes de conscientização, operação e fiscalização realizadas para reduzir as mortes no trânsito. Mas é preciso que a sociedade esteja engajada nessa missão, respeitando a sinalização e as leis de trânsito”, disse Riverete.  

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ouroverde