Traumas, decorrentes de quedas, e queimaduras são algumas das principais causas de acidentes no período. Pediatra elenca quatro situações de riscos que, embora pareçam ‘inofensivas’, podem se transformar em armadilhas
Férias escolares e tempo ocioso, dois fatores-chave que tornam julho um dos meses mais preocupantes para os pais e cuidadores de saúde. Os acidentes domésticos, que determinam atendimentos de emergências, muitas vezes, podem ser evitados com medidas de prevenção e acompanhamento contínuo.
Dados do Ministério da Saúde mostram que as lesões não intencionais (quedas, queimaduras, obstruções de vias aéreas etc.) são responsáveis por cerca de 5 mil mortes por ano e são consideradas a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de até 14 anos.
Para o Pediatra Werther Brunow de Carvalho, coordenador da Pediatria do Hospital Santa Catarina (SP), embora conceder atenção e acompanhar os pequenos durante 24 horas por dia seja impossível, é vital que os cuidados sejam redobrados neste período: “o tempo livre para brincar e o convívio com outras crianças desperta a criatividade e, com toda essa energia, os riscos de acidentes aumentam consideravelmente”, diz.
O médico destaca quatro situações de risco que estão no dia a dia de milhões de brasileiros:
Área de serviço = armadilha: embora pareça pouco perigoso, é na área de serviços das residências que estão grande parte dos riscos para os pequenos. Baldes com água, tanque, tomadas desencapadas e produtos químicos são responsáveis por grande parte dos acidentes com crianças de dois a quatro anos;
Cozinha é o local de risco para queimaduras: se adultos eventualmente se queimam nesta parte da casa, para os pequenos o risco é muito maior. Atenção redobrada ao utilizar o forno (que fica na altura dos olhos das crianças) e com panelas, frigideiras, cafeteiras e tudo que fica sobre o fogão. Utilizar as bocas de trás e manter o cabo dos utensílios para dentro, não para fora do eletrodoméstico, é um primeiro passo para atenuar eventuais problemas;
Fraturas/Aspiração de corpo estranho: o que, por vezes, parece um problema pontual, seja na mão, braço ou perna, pode se transformar em algo muito perigoso no caso da via aérea estar obstruída por aspiração de corpo estranho (nem sempre observado pelos pais ou cuidadores). É preciso, antes de tudo, verificar se a criança consegue falar ou chorar. Caso alguma dessas reações não seja evidente, é preciso agir imediatamente, antes de conceder atenção à fratura;
Exposição ao sol: por estarmos no inverno, muitos pais descuidam desta questão. É importante evitar o sol entre às 10h e 16h e sempre lembrar do protetor solar, independente de estar ou não na praia. Exposição ao sol e pouca ingestão de água ou suco pode desidratar a criança e aumentar o risco de diarreias, perda de sódio, potássio e outros importantes elementos do corpo.