Aumento de queimadas na cidade e umidade relativa do ar abaixo de 20% traz riscos à saúde
foto: divulgação/PMC – Campinas está em estado de alerta por causa da baixa umidade relativa do ar, que atingiu o índice de 19,7% às 15h da quarta-feira, dia 12. O alerta é do Departamento de Defesa Civil de Campinas, conforme dados da Estação Ciiagro/IAC Campinas. É declarado estado de alerta quando a umidade relativa do ar está entre 12% e 20%. A Defesa Civil recomenda suprimir exercícios físicos ao ar livre entre 10h e 16h, evitar aglomerações em ambientes fechados e usar soro fisiológico para olhos e narinas. A hidratação deve ser reforçada com consumo de água ao longo do dia.
Outro preocupação do órgão é o aumento de queimadas na nossa cidade. A combinação do tempo seco, estiagem e calor tem provocado aumento de casos de incêndios em áreas de vegetação em Campinas. O número de focos de queimadas registrados pela Defesa Civil de Campinas entre maio e 10 de agosto passou a casa dos cem e chegou a 176 no período. Os números são altos comparados ao balanço de maio a agosto (o mês todo) de 2019, quando foram registrados 75 focos. Incêndios, além de afetar o meio ambiente e fazer estragos, alastram para outro tipo de preocupação: os problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Com o agravante neste ano: a pandemia do novo coronavírus.
Com o tempo seco e mais queimadas, mais casos de doenças respiratórias ocasionados pelas condições climáticas e aumento na demanda e procura por leitos hospitalares por conta da Covid-19. “Pior, a tendência é que as queimadas continuem registrando aumentos até setembro devido ao tempo seco”, alerta o diretor da Defesa Civil, Sidnei Furtado. Em 2019, o mês de setembro registrou 67 focos de incêndio contra 54 em agosto do mesmo ano.
A preocupação é tamanha que a estiagem e as queimadas estão sendo tratadas como um eixo estratégico no Comitê Municipal de Enfrentamento da Pandemia de Infecção Humana pelo novo Coronavírus (Covid-19) em virtude da complexidade. “Em tempo de coronavírus, é necessário reduzir o número de pessoas que buscam atendimento no sistema público de Saúde com problemas respiratórios decorrentes do período do tempo seco”, complementou Sidnei Furtado.
A Operação Estiagem termina no dia 31 de setembro. A Defesa Civil monitora as áreas de incêndios com o uso de drone e também das imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O Instituto fornece imagens capturadas por satélites que possam ajudar a Defesa Civil a identificar terrenos que apresentem algum potencial de risco no município.
A Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que integra a Operação Estiagem, aplica as medidas necessárias, preventivas e punitivas, para combater as queimadas. Provocar incêndio ambiental é crime. Poderão ser aplicadas penalidades de advertência e multa, variando de 80 a 80 mil Unidades Fiscais de Campinas (UFICs), valores que correspondem a R$ 290,00 a R$ 290 mil, sem prejuízo das medidas de reparação e de compensação dos danos causados. Quando ocorrerem em áreas especialmente protegidas, o valor das multas é dobrado, podendo chegar a R$ 580 mil.